quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Laboratório de ideias da LG

A LG lançou, há algum tempo, um laboratório de ideias. As pessoas postavam inovações acerca de temas pré-estabelecidos como o novo luxo, entretenimento, evolução do bem-estar, etc e depois as outras pessoas votavam nas melhores. Achei interessante pelo desafio e acabei caindo na armadilha de dar idéias. E hoje, fui ler as ideias mais votadas no quesito bem-estar e percebi que todas elas, ainda que diferentes, caminhavam para o mesmo lugar.

A mais votada era de ambientação para fazer exercícios, seja em casa ou na academia, transportando o indivíduo para quadras de esporte ou praia. A segunda mais votada era um relógio que mediria batimentos cardíacos e pressão de pessoas fragilizadas e, quando o aparelho detectasse algum problema, ele dispararia um alarme para avisar pessoas próximas. Entre outras, como a bengala GPS e a minha que era um aparelho que seria acoplado nos membros superiores ou inferiores e ele funcionaria como pesos para atividades, o usuário controlaria o peso que seria adquirido pelo aparelho, economizando matéria-prima e espaço, além de prático.

Notemos: por que razão ele não vai às quadras de esportes? Por que eu quero ser avisado se alguém passa mal? Por que inventar uma bengala GPS? Por que um aparelho que eu controlo tudo? Porque eu não quero ter relacionamentos muito estreitos com ninguém. E então surge uma plateia aos gritos com vários álibis já conhecidos: mas assim é mais prático, economiza matéria-prima, ajuda os idosos e os deficientes a serem mais independentes, somos avisados rapidamente se alguém precisa de nós, não perdemos tempo no trânsito, a chuva não atrapalha nossos planos, e por aí seguem. Temos desculpas para tudo, procuramos sempre a resposta moralmente aceita, a que vai acalmar nosso córtex. Em vez de falar que eu não quero perder meu tempo ajudando alguém a atravessar a rua, eu digo que quero dar independência e dignidade a ela. Que eu não quero ir a academia dividir aparelhos com as outras pessoas e ter que fazer o social, eu prego a economia de matéria-prima. Que eu não quero fazer visitas quase diárias a uma pessoa fragilizada para saber se ela precisa de mim, eu defendo que assim é mais seguro, se acontecer algo vou saber na hora, logo eu não preciso ir lá sempre. Se eu sou transportado para um ambiente virtual eu não preciso enfrentar a realidade e nem me relacionar com as pessoas que lá estão, se é virtual eu posso escolher com quem vou dividir esse momento e quem será excluído.

O outro é o meu limite, é aquele que pode me atrapalhar. É um estranho, eu não sei o que ele faz, o que ele pensa, nem de onde vem. Eu tenho medo. É mais cômodo para mim estar no meio de pessoas que me são familiares e que não sejam dependentes , eu tenho a minha vida para viver e os meus sonhos para realizar, não quero obstáculos.

Viagem? Talvez. Pessimismo? Não, sou até bem otimista. Sei que de tudo isso coisas boas emergirão. Pago para vê-las. Paguemos, e caro. Pois não existe almoço de graça.


(Facebook do laboratório de ideias da LG http://apps.facebook.com/lifesgoodlab/ideias?i=12671)

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